O efeito dos desastres naturais no investimento estrangeiro direto dos países

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/riae.v20i1.16234

Palavras-chave:

Desastres naturais, Investimento estrangeiro direto, Estratégia internacional.

Resumo

 

Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar a influência dos desastres naturais no Investimento Estrangeiro Direto dos países.

 

Método: Foram utilizados dados de 137 países, considerando o período de 2011 a 2017. Os dados secundários utilizados para mensurar o Investimento Estrangeiro Direto são da UNCTAD - United Nations Conference on Trade and Development seguindo o estudo de Alfaro et al. (2004). Para os dados dos desastres naturais utilizou-se a base de dados da EM-DAT – The International Disaster Database fornecido pelo CRED – Centre for Research on the Epidemiology of Disasters, tendo como base os estudos de Toya e Skidmore (2007) e Escaleras e Register (2011). A análise deu-se por meio de Regressão Linear de dados em painel.

 

Originalidade/Relevância: Este estudo aponta uma direção de pesquisa para os interessados em ampliar os fluxos de Investimento Estrangeiro Direto em seus países, sendo esses presentes no campo dos negócios, do governo, dos formuladores de políticas públicas e do terceiro setor.

 

Resultados: Os resultados apontam que quando uma economia sofre com desastres naturais que ocasionam mortes e, consequentemente redução do capital humano, os investidores estrangeiros podem caracterizar esse fato negativamente. Por outro lado, o número de ocorrências e o prejuízo em milhões de dólares quando analisados individualmente não desmotivam o IED e a presença das multinacionais no país afetado. As variáveis: total de feridos, total de afetados e total de desabrigados não possuem relação com o IED na amostra analisada. Indica-se que, diante de um desastre natural, os países criem oportunidades de substituição e reconstrução de infraestrutura e capital humano.

 

Contribuição teórica: Busca-se contribuir teoricamente para a recente expansão dos estudos que verificam a relação entre os desastres naturais e o IED à luz da Teoria Econômica Institucional. Direcionar maior entendimento para a premissa de que os desastres naturais afetam a economia de um país à medida em que provocam redução do IED, fornece base para estudos futuros. Enquanto estudos anteriores preocupam-se com determinantes de IED, sendo incentivos fiscais e direitos de propriedade, este estudo concentra-se especificamente nas diferentes variáveis que agregam os desastres naturais. Em adicional, o estudo visa expandir a percepção dos tomadores de decisões, pertencentes ao governo, as entidades privadas e ao terceiro setor, para que possam diminuir e prevenir as ocorrências dos desastres naturais, atraindo assim, os fluxos de IED em seus países.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Joseli Konig Ramos, Fundação Getúlio Vargas – FGV

MBA em Gestão de Pessoas, Fundação Getúlio Vargas – FGV

Juliano Krug, Universidade Regional de Blumenau – FURB

Mestre em Administração, Universidade Regional de Blumenau – FURB

Paula Carolina Ferretti, Universidade Regional de Blumenau – FURB

Mestre em Administração, Universidade Regional de Blumenau – FURB

Adriana Kroenke, Universidade Federal do Paraná – UFPR

Doutora em Métodos Numéricos em Engenharia, Universidade Federal do Paraná – UFPR

Referências

Alfaro, L., Chanda, A., Kalemli-Ozcan, S., & Sayek, S. (2004). FDI and economic growth: the role of local financial markets. Journal of international economics, 64(1), 89-112.

Anuchitworawong, C., & Thampanishvong, K. (2015). Determinants of foreign direct investment in Thailand: Does natural disaster matter?. International Journal of Disaster Risk Reduction, 14, 312-321.

Benson, C. (1997). The economic impact of natural disasters in Fiji. Overseas Development Institute (ODI).

Bergholt, D., & Lujala, P. (2012). Climate-related natural disasters, economic growth, and armed civil conflict. Journal of Peace Research, 49(1), 147-162.

Blanton, S. L., & Blanton, R. G. (2007). What attracts foreign investors? An examination of human rights and foreign direct investment. The Journal of Politics, 69(1), 143-155.

Blonigen, B. A. (2005). A review of the empirical literature on FDI determinants. Atlantic Economic Journal, 33(4), 383-403.

Botzen, W. W., Deschenes, O., & Sanders, M. (2019). The economic impacts of natural disasters: A review of models and empirical studies. Review of Environmental Economics and Policy, 13(2), 167-188.

Castro, A. L. C. D. (1998). Glossário de defesa civil estudos de riscos e medicina de desastres. rev. Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil.

CRED. (2019) Centre for Research on the Epidemiology of Disasters. Acessado em 20 de julho de 2019. Disponível em: https://www.emdat.be/emdat_db.

Contractor, F. J., Dangol, R., Nuruzzaman, N., & Raghunath, S. (2020). How do country regulations and business environment impact foreign direct investment (FDI) inflows?. International Business Review, 29(2), 101640.

Corrar, L. J., Paulo, E., & Dias Filho, J. M. (2007). Regressão logística. Análise multivariada: para os cursos de administração, ciências contábeis e economia. São Paulo: Atlas.

Creswell, J. W. (2003). Projeto de Pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. (LO Rocha, Trad.) Porto Alegre: Artmed. Obra original publicada em.

Dacin, M.T., Goodstein, J., & Scott, W. R. (2002). Teoria institucional e mudança institucional: Introdução ao fórum especial de pesquisa. Academy of management journal, 45 (1), 45-56.

Dillard, J. F., Rigsby, J. T., & Goodman, C. (2004). The making and remaking of organization context. Accounting, Auditing & Accountability Journal.

Doytch, N. (2019). Upgrading destruction?: How do climate-related and geophysical natural disasters impact sectoral FDI. International Journal of Climate Change Strategies and Management, 12(2), 182-200.

Escaleras, M., & Register, C. A. (2011). Natural disasters and foreign direct investment. Land Economics, 87(2), 346-363.

Ghimire, K. M. (2020). Natural Disasters and Weak Government Institutions: Creating a Vicious Cycle that Ensnares Developing Countries. Law and Development Review, 1(ahead-of-print).

Greif, A. (2006). Institutions and the path to the modern economy: Lessons from medieval trade. Cambridge University Press.

Gujarati, D. (2006). Econometria Básica. ed. Campus e Elsevier, Rio de Janeiro.

Hair, J., Babin, B., Money, A., & Samouel, P. (2005). Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Bookman Companhia Ed.

Hair, J. F., Anderson, R. E., Tatham, R. L., & Black, W. C. (2005). Análise Multivariada de Dados, ed. 5ªth.

Jaramillo, C. R. (2009). Do natural disasters have long-term effects on growth?. Documento CEDE, (2009-24).

Jennings, P. D., & Hoffman, A. J. (2017). Institutional theory and the natural environment: Building research through tensions and paradoxes. The SAGE Handbook of Organizational Institutionalism, 2nd edition (London: Sage Publications), 759-785.

Kahn, M. E. (2005). The death toll from natural disasters: the role of income, geography, and institutions. Review of economics and statistics, 87(2), 271-284.

Kato, H., & Okubo, T. (2018). The impact of a natural disaster on foreign direct investment and vertical linkages. Available at SSRN 2983835.

Katoka, B. (2020). Do Natural Disasters Reduce Foreign Direct Investment in Sub-Saharan Africa?. In Economic Effects of Natural Disasters (pp. 529-546). Academic Press.

Khan, A., Chenggang, Y., Khan, G., & Muhammad, F. (2020). The dilemma of natural disasters: Impact on economy, fiscal position, and foreign direct investment alongside Belt and Road Initiative countries. Science of The Total Environment, 743, 140578.

Klomp, J., & Valckx, K. (2014). Natural disasters and economic growth: A meta-analysis. Global Environmental Change, 26, 183-195.

Lankes, H. P., & Venables, A. J. (1996). Foreign direct investment in economic transition: the changing pattern of investments. Economics of Transition, 4(2), 331-347.

Morôco, J. (2014). Análise estatística com o SPSS Statistics. report, 6th ed., Lisboa.

Neumayer, E., Plümper, T., & Barthel, F. (2014). The political economy of natural disaster damage. Global Environmental Change, 24, 8-19.

En ligneNorth, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance.

OECD. Publishing. (2002). Foreign direct investment for development: Maximising benefits, minimising costs. Organisation for Economic Co-operation and Development.

Oh, C. H., & Oetzel, J. (2011). Multinationals' response to major disasters: how does subsidiary investment vary in response to the type of disaster and the quality of country governance?. Strategic Management Journal, 32(6), 658-681.

Oh, C. H., Oetzel, J., Rivera, J., & Lien, D. (2020). Natural disasters and MNC sub-national investments in China. Multinational Business Review.

Pelling, M., Özerdem, A., & Barakat, S. (2002). The macro-economic impact of disasters. Progress in Development Studies, 2(4), 283-305.

Sabir, S., Rafique, A., & Abbas, K. (2019). Institutions and FDI: evidence from developed and developing countries. Financial Innovation, 5(1), 8.

Scott, W. R. (2005). Institutional theory: Contributing to a theoretical research program. Great minds in management: The process of theory development, 37(2), 460-484.

Stock, J. H., & Watson, M. W. (2004). Econometria. AGRICULTURA EM SAO PAULO, 51(2), 85.

Sulaiman, S. N., & Aledo, A. (2016). Desastres naturais: convivência com o risco. Estudos Avançados, 30(88), 11-23.

Toner-Rodgers, A., & Friedt, F. (2020). Natural Disasters, FDI and Intra-National Spillovers: Evidence from India. FDI and Intra-National Spillovers: Evidence from India (July 11, 2020).Toya, H., & Skidmore, M. (2007). Economic development and the impacts of natural disasters. Economics letters, 94(1), 20-25.

UNCTAD. (2019) United Nations Conference on Trade and Development. Acessado em 05 em 05 de julho de 2019. Disponível em: https://unctad.org/en/Pages/DIAE/FDI%20Statistics/FDI-Statistics.aspx

Vermeiren, J. C. (1989). Natural disasters: linking economics and the environment with a vengeance. Organization of American States.

Wooldridge, J. M. (2009). Part 1: Regression Analysis with Cross Sectional Data. Introductory econometrics: a modern approach (4th ed.). Cengage Learning.

Yang, D. (2008). Coping with disaster: The impact of hurricanes on international financial flows, 1970-2002. The BE Journal of Economic Analysis & Policy, 8(1).

Publicado

05.03.2021

Como Citar

Ramos, J. K., Krug, J., Ferretti, P. C., & Kroenke, A. (2021). O efeito dos desastres naturais no investimento estrangeiro direto dos países. Revista Ibero-Americana De Estratégia, 20(1), e16234. https://doi.org/10.5585/riae.v20i1.16234

Edição

Seção

Artigos