“É assim que se é criança”: quando a infância silencia na Educação Infantil (e na vida)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/39.2021.20614

Palavras-chave:

infância, Educação Infantil, formação

Resumo

Este artigo surge de uma pesquisa de doutorado em desenvolvimento e tem como objetivo problematizar o espaço ocupado pela infância em uma escola de Educação Infantil. Durante o primeiro semestre de 2021, no contexto pandêmico do coronavírus Sars-Cov-2, causador da doença Covid-19, foram acompanhados, por meio de observações e conversas, 23 crianças do grupo III (crianças de 3 anos de idade), e três professoras. Junto aos referenciais epistemológicos de infância, cartografia e complexidade, discute-se a infância e como ela tem sido considerada na sociedade e na educação. A partir disso, estabelece-se a Educação Infantil enquanto território e, por meio de uma retomada histórica, sua constituição indica que esta etapa é vista como uma política inferior, assim como seus habitantes: as crianças. Por fim, apresentam-se algumas discussões acerca do primeiro semestre de encontros na escola, em que o contexto pandêmico potencializou as formas de silenciamento das crianças. Conclui-se a urgência de uma nova possibilidade de Educação Infantil que deve ser buscada na infância.

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Biografias Autor

Amanda Silva de Medeiros, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –UFMS

Mestra em Educação Matemática

Suely Scherer, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS

Doutora em Educação

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Publicado

2021-10-19

Como Citar

MEDEIROS, Amanda Silva de; SCHERER, Suely. “É assim que se é criança”: quando a infância silencia na Educação Infantil (e na vida). Dialogia, [S. l.], n. 39, p. e20614, 2021. DOI: 10.5585/39.2021.20614. Disponível em: https://uninove.emnuvens.com.br/dialogia/article/view/20614. Acesso em: 19 out. 2024.

Edição

Secção

Dossiê n. 39 “Retratos de Escolas: estudos sobre a escolarização em diferentes contextos e territórios educativos”