A gênese do ensino de história no Brasil: projeto para a construção da identidade nacional

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5585/38.2021.20445

Palabras clave:

história, educação, identidade nacional

Resumen

O seguinte texto tem como objetivo analisar a gênese da constituição do ensino de história no Brasil, tal como suas primeiras décadas por meio de problemas e reflexões, sobretudo, durante o século XIX. Desta forma, busca-se apresentar possíveis influências e traçar reflexões a respeito da construção da identidade nacional por meio do ensino histórico a partir da perspectiva da exclusão étnico-racial como elemento significativo para a construção social e cultural da nação. Como metodologia, utiliza-se a de Bardin (2011), com o objetivo de realizar uma análise qualitativa do papel atribuído pelo Estado na disciplina escolar de história e sua relação com a construção da identidade nacional. Como resultado, apresentamos o contra-argumento de uma falsa ideia de passividade negra que o ensino de história buscou ressaltar na educação e os desafios diante dos resquícios na narrativa do imaginário brasileiro a respeito de uma suposta identidade nacional homogênea e de democracia racial.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Artur José Renda Vitorino, Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC-Campinas

Doutor em História

Gisele Maria Beloto, Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC-Campinas

Mestra em Educação

Citas

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O fardo dos bacharéis. Novos estudos CEBRAP, n. 19, p. 68-72, 1987.

BARDIN, Laurence. Analise de Conteúdo. São Paulo: Edição 71, 2011.

BELOTO, Gisele Maria. Material didático de história com vista à Lei nº 10.639/03: Uma construção de Política Educacional. 2019. 214f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Capitalismo e cidadania nas atuais propostas curriculares de história. O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, p. 11-27, 2010.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Os confrontos de uma disciplina escolar: da história sagrada a história profana. Revista Brasileira de História 25/26. Ed. Contexto, São Paulo, 1993.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Reflexões sobre o ensino de História. Estudos Avançados, v. 32, n. 93, p. 127-148, 2018.

COSTA, Sérgio. Dois Atlântico: teoria social, anti-racismo, cosmopolitismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

CRUZ, Marcus Silva da; ASSIS, Gabriella Lima de. A teoria da obra histórica em Hayden White: Entre a História e a Literatura. Revista de História Comparada, v. 7, n. 2, p. 75-89, 2013.

FARIA, Sheila de Castro. Identidade e comunidade escrava: um ensaio. Tempo, v. 11, p. 122-146, 2007.

FREITAS, Itamar. Histórias do ensino de história no Brasil. Editora Universidade Federal de Sergipe, v. 2, 2010.

FURET, François. A Oficina da História. Trad. Adriano Duarte Rodrigues. Lisboa: Gradiva, s.d.

GUIMARÃES, Manoel Luiz Lima Salgado. Livro de fontes de historiografia brasileira. EDUERJ, 2010.

GUIMARÃES, Manoel Luiz Lima Salgado. Nação e Civilização nos Trópicos: o Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional. Revista Estudos Históricos, v. 1, n. 1, p. 5-27, 1988.

GUIMARÃES, Manoel Luiz Lima Salgado. Racismo e anti-racismo no Brasil. Novos Estudos, nº 43, p. 26-44, 1995.

HOBSBAWM, Eric. Introdução: a invenção das tradições. A invenção das tradições, v. 3, p. 09-23, 1984.

LOPES, Nei; MACEDO, José Rivair. Dicionário da história da África: Séculos VII a XVI. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2017.

MANOEL, I. A. O Ensino de História no Brasil: do Colégio D. Pedro II aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Pedagogia Cidadã: Cadernos de Formação Ensino de História. 2ª ed. São Paulo: UNESP, v. 1, p. 65-78, 2006.

MATHIAS, Carlos Leonardo Kelmer. O ensino de História no Brasil: contextualização e abordagem historiográfica. História Unisinos, v. 15, n. 1, p. 40-49, 2011.

MARTIUS, Karl Friedrich Philipp von. Como se deve escrever a história do Brasil. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, v. 6, n. 24, p. 381-403, 1844.

MILLER, Joseph C. África Central durante a era do comércio de escravizados, de 1490 a 1850. In: Heywood, Linda M. (Org.). Diáspora negra no Brasil. São Paulo: Contexto. p.29-80. 2008.

MILLER, Joseph C. Restauração, reinvenção e recordação: recuperando identidades sob a escravização na África e face à escravidão no Brasil. Revista de História, n. 164, p. 17-64, 2011.

NADAI, Elza. O ensino de História no Brasil: trajetória e perspectiva. Revista Brasileira de História, v. 13, n. 25/26, p. 143-162, 1992.

NADER, Pedro Eduardo Portilho de. Histórias adversas: A confrontação entre a história dos Annales e a chamada histórica positivista. Revista USP, n. 23, p. 62-67, 1994.

REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil. Revista USP, n. 28, p. 14-39, 1996.

THORNTON, John. A África e os africanos na formação do mundo Atlântico, 1400-1800. Rio de Janeiro, Campus, 2003.

VANSINA, Jan. A tradição oral e sua metodologia. In: KI-ZERBO, Joseph (Editor). Metodologia e pré-história da África. [tradução: MEC – Centro de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal de São Carlos]. 3ª ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2011, p. 139-166.

VANSINA, Jan. How Societies are Born: governance in West Central Africa before 1600. Charlottesville: Ed. Virginia University, 2005.

VANSINA, Jan. O Reino do Congo e seus vizinhos. In: África do século XVI ao século XVIII, Brasília: UNESCO, 2010, p. 647-694

Publicado

2021-08-27

Cómo citar

VITORINO, Artur José Renda; BELOTO, Gisele Maria. A gênese do ensino de história no Brasil: projeto para a construção da identidade nacional. Dialogia, [S. l.], n. 38, p. e20445, 2021. DOI: 10.5585/38.2021.20445. Disponível em: https://uninove.emnuvens.com.br/dialogia/article/view/20445. Acesso em: 19 oct. 2024.

Número

Sección

Dossiê n. 38 “Educação, Diversidade e Questões Étnico-Raciais”