Editorial

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DOI:

https://doi.org/10.5585/riae.v21i2.22406

Resumo

Prezados leitores, 

É com satisfação que apresentamos a Edição Especial da Revista Ibero-Americana de Estratégia, com o tema: “Enfrentamento e respostas estratégicas a crises e incertezas”. Em nossos editoriais do ano de 2020 realizamos uma série de indicativos destacando a necessidade de pesquisas que proporcionassem um melhor entendimento da crise e seus impactos nos mais diversos setores, tanto as crises passadas quanto a mais recente, causada pela pandemia da Covid-19.

Além do entendimento sobre o impacto, é fundamental avançar nas pesquisas que forneçam melhor compreensão sobre as possíveis ações para o enfrentamento destes períodos de crise. Na chamada para esta edição especial encorajamos, sobretudo, as pesquisas que avançassem nas discussões no campo das ações humanas e o papel dos indivíduos diante da crise e das incertezas do ambiente organizacional.

Nesta edição apresentamos sete artigos que fornecem contribuições significativas para este campo. Iniciamos com o artigo “Mudanças estratégicas e capacidades dinâmicas em hotéis marcados por incertezas” de Wendell de Moura Domingos (UFPE) e Yákara Vasconcelos Pereira (UFPE). O objetivo foi analisar a existência de semelhanças e diferenças nas mudanças estratégicas e capacidades dinâmicas entre os hotéis localizados na Região do Litoral do Cabo de Santo Agostinho e Porto de Galinhas, duas regiões em diferentes estágios de desenvolvimento turístico e marcadas pelas incertezas de mercado. A partir de casos múltiplos e análise de conteúdo os resultados indicam a existência da relação entre as estratégias de cooperação e o desenvolvimento da atividade turística na região.

O segundo artigo “Adaptação e reinvenção estratégica: atuação de
empresas de saúde privada em tempos de pandemia” é de autoria de Juliana da Fonseca Capssa Lima Sausen (Unijuí), Daniel Knebel Baggio (Unijuí), Maria Margarete Baccin Brizolla (Unijuí) e Taísa Schéfer Roveda (Unijuí). O objetivo foi investigar em que ponto e até que ponto as instituições de saúde privada se adaptam e se reinventam estrategicamente em tempos de pandemia. Por meio de uma abordagem qualitativa utilizando a análise do conteúdo, os resultados demonstram que as mudanças e a adaptação estratégica ocorreram, inicialmente, pela influência do meio externo e, em seguida, pela capacidade da empresa de identificar oportunidades e implementar ações de desenvolvimento e de otimização de rotinas, processos e dinâmicas, expandindo tais oportunidades para perspectivas futuras e contextos mais amplos.

O terceiro artigo “Impactos da pandemia de Covid-19 na relação entre estrutura de capital e desempenho: análise das empresas listadas na B3” é de autoria de Thiago Borges de Souza (UFRGS), Wendy Beatriz Witt Haddad Carraro (UFRGS) e Alan Bandeira Pinheiro (UFPR). O estudo teve por objetivo identificar, setorialmente, o impacto causado pela pandemia de Covid-19 na relação entre a estrutura de capital e o desempenho das companhias brasileiras listadas na B3. A partir de demonstrações contábeis dos anos de 2019 e 2020 de 100 empresas brasileiras listadas na B3, os resultados mostram que a pandemia aumentou o nível de endividamento e diminuiu o desempenho nas empresas da amostra analisada.

O quarto artigo “Transformação digital e Covid-19: Estudo de casos múltiplos em micro e pequenas empresas alimentícias” é de Erica Santos de Oliveira (UFU), Núbia Cristina Fernandes (UFU), Juliane Silvestre (UFU), Vérica Freitas (UFU) e Verônica Angélica Freitas de Paula (UFU). O objetivo foi analisar o contexto pandêmico em Micro e Pequenas Empresas (MPEs) alimentícias, bem como as transformações digitais ocorridas a partir da adoção de novos canais de comunicação e vendas. A partir de estudo de casos múltiplos a pesquisa descreve sobre o impacto da pandemia em MPEs do setor alimentício e como a transformação digital foi impulsionada e acelerada pelo novo cenário.

O quinto artigo, “Efeito moderador da crise econômica e da turbulência de mercado em pequenas empresas da Amazônia Legal” é de autoria de Rodrigo Marques de Almeida (UFSM) Guerra, Luís Felipe Dias Lopes (UFSM) e Maria Emília Camargo (UFSM). O objetivo foi investigar o efeito moderador das variáveis crise econômica e turbulência de mercado na relação entre mente aberta (MA) e resiliência empreendedora (RE) de gestores que atuam em pequenas empresas localizadas na Amazônia Legal. Por meio da Análise Fatorial Exploratória, Análise Fatorial Confirmatória e Modelagem de Equações Estruturais de 299 gerentes, o modelo empírico demonstra o efeito moderador das variáveis crise econômica e turbulência de mercado sobre MA e RE em um ambiente de restrições de recursos agravado ainda mais pelos efeitos da pandemia da Covid-19.

O sexto artigo, “Open strategizing e resiliência organizacional considerando a incerteza do ambiente” é de autoria de Felipe Kopp Leite (UFSC) e Rosalia Aldraci Barbosa Lavarda (UFSC). O objetivo do estudo foi investigar como o fenômeno de open strategizing se relaciona com a resiliência organizacional, em situações de incerteza ambiental. Como resultados do estudo teórico, os autores apontam que: (a) organizações com preparação reativa superam a incerteza por meio da inclusão e da flexibilidade; (b) organizações em alto risco ou baseadas no processo não convergem para o fenômeno de abertura da estratégia; (c) organizações focadas na resiliência, superam a incerteza por meio de aprendizados passados, transparência de informações e da inclusão de atores na formação da estratégia.

Encerrando esta edição, o sétimo artigo, “Evolução do relacionamento entre alta administração e média gerência em um processo de implementação estratégica no contexto da crise da Covid-19” é de autoria de Livia Aquino Machado (FDC), Maria Elisa Brandão Bernardes (FDC) e Samir Lótfi Vaz (FDC). O objetivo foi investigar a evolução da relação entre a alta administração e a média gerência na implementação de estratégia em contexto de crise, mais especificamente a crise desencadeada pela Covid-19. Por meio de um estudo de caso os  resultados da pesquisa demonstram que, a crise da Covid-19 viabilizou a maior aproximação da alta administração com a média gerência, intensificada pelas reuniões do Comitê de Crise, catalisando o processo de diminuição de ambiguidades e abertura da alta administração para a apresentação e aceitação de ideias vindas dos gestores intermediários.

Desejamos a todos uma excelente leitura!

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Biografia do Autor

Ivano Ribeiro, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste

Doutor em Administração pela Universidade Nove de Julho - Uninove. Docente do Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste.

Heidy Rodriguez Ramos, Universidade Nove de Julho - UNINOVE

Doutorado em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP. Docente do Programa de Pós-graduação em Administração (PPGA) da Universidade Nove de Julho (UNINOVE)

Publicado

30.06.2022

Como Citar

Ribeiro, I., & Ramos, H. R. (2022). Editorial. Revista Ibero-Americana De Estratégia, 21(2), e22406. https://doi.org/10.5585/riae.v21i2.22406