Estudantes do ensino médio sabem operar com o conceito de número?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/52.2025.26057

Palavras-chave:

pensamento, empírico, teórico, organização do ensino de matemática

Resumo

A máxima davidoviana de que o pensamento empírico obstaculiza o desenvolvimento do pensamento teórico tem gerado debate nos eventos acadêmicos de que participamos. O pressuposto, com base nos estudos da obra davidoviana, é que a origem das fragilidades expressas pelos estudantes do Ensino Médio na disciplina de Matemática decorre das fragilidades na aprendizagem conceitual que limitam o desenvolvimento do pensamento conceitual em nível empírico. Investigamos a gênese das manifestações de fragilidades apresentadas por estudantes dos três últimos anos da Educação Básica brasileira. Constatamos que a gênese das fragilidades está na não apropriação, por parte dos estudantes do Ensino Médio, de um dos conceitos basilares da Matemática, o de número. Os resultados indicam que não houve apropriação do significado do conceito de número tanto em nível empírico quanto teórico.

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Biografia do Autor

Agatha de Souza Niero, Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Graduada com Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC (2021), foi participante do Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (2018-2020) e Projeto de Residência Pedagógica (2021). Em 2022, ministra aulas da disciplina de Matemática em escolas públicas (estaduais) para o Ensino Fundamental ll e o Ensino Médio. Atualmente, cursa Mestrado em Educação, pela Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. Suas pesquisas têm ênfase nos estudos a nível teórico e com as perspectivas da Teoria Histórico-Cultual e do Ensino Desenvolvimental diante da Matemática. Com isso, acarretou a participação no Grupo de Pesquisa Teoria do Ensino Desenvolvimental na Educação Matemática - TEDMAT.

Josélia Euzebio da Rosa, Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Licenciatura em Matemática (UNESC - 2004), Mestrado (2006) e Doutorado (2012) em Educação, linha de pesquisa Educação Matemática pela UFPR. Professora e pesquisadora com vínculo pela UniSul. As pesquisas incidem no modo de organização do ensino de Matemática. Atua na graduação (Pedagogia e Matemática), Mestrado e Doutorado em Educação. Integrante da Academia Internacional de Estudios Histórico-Cultural. Em 2019 foi consultora do Currículo Base do Território Catarinense (2019), no componente de Matemática. Suas pesquisas são organicamente vinculadas ao GEPAPe (Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Atividade Pedagógica - USP). O GEPAPe abarca uma rede nacional de grupos de pesquisa organizada em núcleos regionais. Dentre os grupos que constituem o núcleo catarinense está o TedMat (Teoria do Ensino Desenvolvimental na Educação Matemática) e GPEMAHC (Grupo de Pesquisa em Educação Matemática uma Abordagem Histórico-Cultural). A pesquisadora em referência é líder do TedMat (Unisul) e vice líder do GPEMAHC (UNESC). Dentre os projetos de pesquisa desenvolvidos, destacam-se: 1) Produção de conhecimento docente dos professores que ensinam matemática no Ensino Fundamental: uma análise na abordagem histórico-cultural (CNPq); 2) Limites e possibilidades do processo de formação matemática no contexto de três Cursos de Pedagogia (CNPq) 3) Conhecimentos matemáticos na formação inicial de professores do Ensino Fundamental I (FAPESC); 4) Aprendizagem sobre o modo de organização do ensino de Matemática por acadêmicos de Pedagogia com base na Teoria do Ensino Desenvolvimental (FAPESC). Esses projetos sustentam, além da pesquisa, as ações de gestão, ensino e extensão de modo indissociável. Neste sentido, a pesquisadora aprovou e coordenou dois Cursos de Especialização com bolsas para os professores da Educação Básica pelo Programa de Bolsas Universitárias de Santa Catarina (Uniedu). Ao todo foram 140 bolsas distribuídas para 5 turmas. Três turmas no Curso de Especialização em Fundamentos e Organização Curricular e duas no Curso de Especialização em Inovação na Educação. Estes cursos, com bolsas para professores da Educação Básica, se constituíram em um profícuo contexto de articulação entre pesquisa, ensino, extensão e gestão. As aulas, tanto na graduação quanto em nível de pós-graduação são desenvolvidas no contexto de cooperação interinstitucional. Desta parceria surgiu, em 2013, o Seminário Interinstitucional de Educação Matemática UNISUL, UNESC, UNIBAVE e UESPI, com edições anuais. A partir de 2019 o evento foi transformado em internacional por meio de um Acordo de Cooperação Acadêmica Internacional firmado entre Universidade de Aveiro (Portugal) e Unisul. Durante o evento, que ocorre anualmente, estudantes, professores e pesquisadores apresentam suas aprendizagens e produções relacionadas ao modo de organização do ensino de matemática. Ainda sob o guarda-chuvas dos cinco projetos mencionados resultaram várias produções, dentre elas, destaca-se a organização do dossiê Estudos em Educação Matemática com Fundamentos na Teoria Histórico-Cultural, publicado na revista Poiésis/Unisul (2014); Dossiê - Sistema Didático Elkonin-Davidov-Repkin, publicado na revista Obutchénie/UFU (2021) e vários artigos, capítulos de livros e trabalhos completos em anais de eventos.

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Publicado

07.03.2025

Como Citar

NIERO, Agatha de Souza; ROSA, Josélia Euzebio da. Estudantes do ensino médio sabem operar com o conceito de número?. Dialogia, [S. l.], n. 52, p. e26057, 2025. DOI: 10.5585/52.2025.26057. Disponível em: https://uninove.emnuvens.com.br/dialogia/article/view/26057. Acesso em: 13 mar. 2025.

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