Contribuição das ecoinovações na formação de capacidades dinâmicas: evidências do segmento sucroenergético de São Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/riae.v21i1.20666

Palavras-chave:

Inovações sustentáveis, Ecoinovação, Capacidades dinâmicas, Indústria sucroenergética.

Resumo

Objetivo: Caracterizar as capacidades dinâmicas de quatro empresas selecionadas do segmento sucroenergético, que incorporam ecoinovações em seus negócios.

Metodologia: Pesquisa empírica de natureza qualitativa e abordagem explicativa, envolvendo o método de estudo de caso múltiplo, com a devida triangulação dos dados.

Originalidade: Na literatura se observam poucos estudos envolvendo o redesenho de parques industriais para parques eco-industriais que oportuniza a presença da ecoinovação e o desenvolvimento de capacidades dinâmicas. Este fenômeno caracteriza negócios ambientalmente orientados em seus processos produtivos, seja em sua tecnologia de base, nas matérias-primas, na energia de produção, na estrutura da organização e na estrutura institucional do ecossistema industrial.

Principais resultados: A análise cruzada dos dados e informações coletados mostrou a presença de capacidades dinâmicas voltadas para a sustentabilidade de seus negócios, com base nos fundamentos da origem energética.

Contribuições teóricas: Usando a abordagem de Tondolo e Bitencourt (2014) pôde-se explicar o tipo de implicação das ecoinovações sobre as capacidades dinâmicas e sobre os negócios. O cenário da influência das ecoinovações descritas sobre o comportamento competitivo das empresas estudadas mostra conexão direta com as capacidades dinâmicas, aponta para a existência de um caminho lógico e permite estabelecer importantes considerações em relação [a] percepção das ecoinovações como oportunidade estratégica, [b] encontrar a modificação processual ou tecnológica que resolvesse seus problemas ambientais, [c] desenvolver capacidades dinâmicas reais e latentes e [d] a solução sistêmica envolveu o uso orientado das capacidades que caracterizam o ambiente dinâmico dessas empresas.

Contribuições gerenciais:  Conhecer a trajetória das inovações ambientais introduzidas no segmento sucroenergético, com a inclusão de biotecnologias desenvolvidas no país ou adaptadas para a nossa realidade, auxilia na configuração de ambientes propícios para o surgimento de soluções ecoinovadoras que atendem a agenda dos ODS da ONU. As capacidades dinâmicas identificadas alcançam as três principais categorias de produtos – açúcar, etanol e energia – e permitiram um realinhamento estratégico suportado por um novo core business: energia limpa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marco Antonio Sampaio de Jesus, Pesquisador no Programa de Pós-doutorado em Administração da FEA/USP. Professor na Universidade São Judas Tadeu (USJT)

Doutor em Administração. Pós-doutorando no Programa de Pós-doutorado em Administração da FEA/USP. Professor na Universidade São Judas Tadeu (USJT)

Edison Fernandes Polo, Professor Sênior (FEA/USP).

Livre-docência em Administração (FEA/USP). Doutor em Administração (FEA/USP).

Leonel Cezar Rodrigues, Visiting Professor na Old Dominion University (VA/(USA). Professor no Mestrado Profissional em Direito e Gestão de Conflitos, da Universidade de Araraquara (PMPD/UNIARA). Consultor da CAPES na Diretoria de Relações Internacionais.

Doutor (PhD) em Administração pela Vanderbilt University (TN/USA). Mestre em Administração da Tecnologia pela Vanderbilt University (TN/USA). Visiting Professor na Old Dominion University (VA/(USA). Professor no Mestrado Profissional em Direito e Gestão de Conflitos, da Universidade de Araraquara (PMPD/UNIARA). Consultor da CAPES na Diretoria de Relações Internacionais.

Referências

Abramovay, R. (2010). Desenvolvimento Sustentável: qual a estratégia para o Brasil? Novos Estudos CEBRAP, n.87, p. 97-113, Julho 2010.

Ambrosini, V. & Bowman, C. (2009). What are dynamic capabilities and are they a useful construct in strategic management? International Journal of Management Reviews, v.11, n.1, p. 29–49, 2009.

Arundel, A. & Kemp, R. (2009). Measuring eco-innovation. UNU-MERIT Working Paper Series 017, United Nations University, Maastricht Economic and social Research and Training Centre on Innovation and Technology, 2009.

Bsrbieri, J. C. (1997). Políticas Públicas Indutoras de Inovações Tecnológicas Ambientalmente Saudáveis nas Empresas. Revista de Administração Pública, São Paulo, v.31, n.2, p.135-152, mar/abr 1997.

Barbieri, J. C. et al. (2010). Inovação e Sustentabilidade: novos modelos e proposições. Revista de Administração de Empresas, v.50, n.2, abr/jun 2010.

Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições, 2011.

Bernardes, J. (2019). Insetos de laboratório são usados no controle de pragas. Agência USP de Notícias, 2003. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/eventos/usp-insetos-de-laboratorio-sao-usados-no-controle-de-pragas/

Cabral, J. E. O. (2010). Firms’ Dynamic Capabilities, Innovative Types and Sustainability: a theoretical framework. In XVI INTERNATIONAL CONFERENCE ON INDUSTRIAL ENGINEERING AND OPERATIONS MANAGEMENT. São Carlos, SP, Brazil, 12 to 15 October – 2010. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/880393/1/AT10121.pdf

Canabrava, A. P. (2005). História econômica: estudos e pesquisas. São Paulo: Unesp, 2005.

Carrillo-Hermosilla, J.; Del Río, O. & Konnola, T. (2010). Diversity of eco-innovations: Reflections from selected case studies. Journal of Cleaner Production, 18(10-11), 073-1083, 2010.

Cavalcanti, C. (2012). Sustentabilidade: mantra ou escolha moral? Uma abordagem ecológicoeconômica. Estudos Avançados, v.26, n.74, p.35-50, 2012.

CEPEA/ESALQ/USP (Brasil) (2017). Centro de Estudos em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo. PIB do Agronegócio do Brasil, 2017. Disponível em: PIB do Agronegócio Brasileiro - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - CEPEA-Esalq/USP

Christensen, C. (2011). Innovator’s Dilemma. New York: Harper Business, 2011.

CVM (Brasil) (2020). Fato Relevante, protocolo nº 011592IPE030920200104407711-11, 2020. Disponível em: https://www.rad.cvm.gov.br/ENET/frmExibirArquivoIPEExterno.aspx?ID=790983&flnk

Da Silva, H. J. T. & Marques, P. V. (2021). Heterogeneity in the productivity of sugar-energy mills in Brazil. International Food & Agribusiness Management Review, [s. l.], v.24, n.3, p.371–395. Disponível em: https://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=bsu&AN=149790627&lang=pt-br&site=ehost-live.

Da Silva, M. A. S.; Griebeler, N. P. & Borges, L. C. (2007). Uso de vinhaça e impactos nas propriedades do solo e lençol freático. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola Ambiental, v.11, n.1, p.108–114, 2007.

Dietz, S.; Bowen, A.; Dixon, C. & Gradwell, P. (2016). Climate value at risk of global financial assets. Nature Climate Change, London School of Economics and Political Science Research, 2016. Disponível em: http://eprints.lse.ac.uk/66226/1/Dietz_Climate%20Value%20at%20risk.pdf

Dosi, G. (1992). Technological Paradigms and Technological Trajectories. Research Policy. 11, p.147-162, 1992.

Dunham, F. B.; Bomtempo, J. V. & Fleck, D. L. (2011). A Estruturação do Sistema de Produção e Inovação Sucroalcooleiro como Base para o Proálcool. Revista Brasileira de Inovação, Campinas, v.10 (1), p. 35-72, 2011.

Eisenhardt, K. M. (1989). Building Theories from Case Study Research. Academy of Management Review, v.14, n.4, p.532-550, 1989.

Eisenhardt, K. M. & Martin, J. A. (2000). Dynamic Capabilities: What are They? Strategic Management Journal, v.21, p.1105-1121, 2000.

ÉPOCA NEGÓCIOS (Brasil) (2019). Brasil começará a produzir energia a partir de lixo e esgoto, 2019. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2019/03/brasil-comecara-produzir-energia-partir-de-lixo-e-esgoto.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post

Ferreira, B. S et al. (2018). Ecoinovação em uma Agroindústria Sucroenergética: a implantação do projeto de águas residuais zero. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v.7, n.1 p.131-145, Jan./ Abr. 2018. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/geas/article/view/10110/4803

Féres, J.; Reis, E. & Speranza, J. S. (2011). Impacto das Mudanças Climáticas no Setor Agrícola Brasileiro. In Motta, R. S. et al. Mudança do clima no Brasil: aspectos econômicos, sociais e regulatórios. Brasilia: IPEA, 2011.

Fussler, C. & James, P. (1996). Driving Eco-Innovation: a breakthrough discipline for innovation and sustainability. London: Pitman, 1996.

GLOBO RURAL (Brasil) (2021). Setor de cana avança na agenda ESG, mas desafio é comunicar ações. 2021. Disponível em: https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Sustentabilidade/noticia/2021/08/setor-de-cana-avanca-na-agenda-esg-mas-desafio-e-comunicar-acoes.html

Hart, S. L. (1995). A Natural-Resource-Based View of the Firm. The Academy of Management Review, v.20, n.4, p.986-1014, 1995.

Hassuani, S. & Celente, V. (2019). Contexto da palha de cana no Brasil. Projeto SUCRE, 2019. Disponível em: https://lnbr.cnpem.br/category/sucre/

Henderson, R. M. & Clark, J. B. (1990). Architectural Innovation. Administrative Science Quarterly, n. 35, p. 9-30, 1990.

Hughes, N. et al. (2020). Strength in diversity? Past dynamics and future drivers affecting demand for sugar, ethanol, biogas and bioelectricity from Brazil’s sugarcane sector. Biomass & Bioenergy, [s. l.], v. 141, p. N.PAG. Disponível em: https://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=egs&AN=145696925&lang=pt-br&site=ehost-live.

IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change. (2013). Summary for Policy makers. In: Climate Change 2013: The Physical Science Basis. Summary for Policymakers, A report of Working Group I of the IPCC, Technical Summary and Frequently Asked Questions. Intergovernmental Panel on Climate Change. Disponível em: https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2018/03/WG1AR5_SummaryVolume_FINAL.pdf

James, P. (1997). The sustainability circle: a new tool for product development and design. Journal of Sustainable Product Design, 2, 52-57, 1997.

Kemp, R. & Foxon, T. (2007). Typology of eco-innovation. Final report MEI project about measuring ecoinnovation, 2007. Disponível em: Final report MEI project about measuring eco-innovation (oecd.org)

Kuo, J. W.; Ching, J. L.; Chih, C.C.; Yuanhsu, L. & Chuck, F.M.T. (2016). Exploring eco-innovation in dynamic organizational capability under incomplete information in the Taiwanese lighting industry. International Journal of Production Economics, V.181, Part B, p.419-440, November 2016.

Marcovitch, J. (2006). Mudanças climáticas e multilateralismo. Revista de Administração da USP, n.72, São Paulo, dez. 2006.

Massard, G.; Jacquat, O. & Zurcher, D. (2014). International survey on eco-innovation parks: learning from experiences on the spatial dimension of eco-innovation. Federal office for the 16 environment and the ERA-NET ECO-INNOVERA. Bern. Environmental studies nº 1402, 2014. Disponível em: https://www.bafu.admin.ch/bafu/en/home/topics/education/publications-studies/publications/international-survey-on-eco-innovation-parks.html

Nguyen, H.; Stuchtey, M. & Zils, M. (2014). Remaking the industrial economy. McKinsey Quarterly, February, p. 1–17, 2014.

OECD Organization for Economic Co-operation and Development. (2009). Sustainable manufacturing and eco-innovation: towards a Green economy. Policy Brief. Disponível em: https://www.oecd.org/env/consumption-innovation/42957785.pdf

OECD Organization for Economic Co-operation and Development. (2018). Oslo Manual: Guidelines for Collecting, Reporting and Using Data on Innovation, 4th Edition. Paris/Eurostat, Luxembourg, 2018. Disponível em: https://www.oecd.org/science/oslo-manual-2018-9789264304604-en.htm

Piacente, F. J. et al. (2022). Evolução da produção agrícola canavieira na região noroeste do estado de São Paulo: fases de expansão e crise no setor e seus impactos no uso da terra entre 2000 e 2013. Revista de Economia e Sociologia Rural, [s. l.], v. 60, n. 1, p. 1–16. Disponível em: https://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=foh&AN=151417147&lang=pt-br&site=ehost-live

Poletti, M. (2012). Inseto contra inseto. Revista Pesquisa FAPESP, 2012. Available at: https://revistapesquisa.fapesp.br/2012/05/11/inseto-contra-inseto/

PORTAL ENERGIA (Brasil) (2019). Maior parque solar do mundo será construído no Piauí, Brasil. 2019. Disponível em: Maior parque solar do mundo será construído em Piauí no Brasil (portal-energia.com)

Porter, M. E. & Van Der Linde, C. (1995). Green and Competitive: ending the stalemate. Harvard Business Review, v.73, n.5, p.120-134, 1995.

Pinsky, V. & Kruglianskas, I. (2017). Inovação tecnológica para a sustentabilidade: aprendizados de sucessos e fracassos. Estudos Avançados [online]. 2017, v. 31, n. 90, pp. 107-126. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0103-40142017.3190008

Ramos, R. C. & Nachiluk, K. (2017). Análise e Indicadores do Agronegócio. IEA Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo, v.12, n.4, abril 2017. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-19-2017.pdf

Rennings, K. (2000). Redefining innovation - eco-innovation research and the contribution from ecological economics. Ecological Economics, n,32, 319-332, 2000.

Silva, D. F. S. et al. (2019). Innovation opportunities in the Brazilian sugar-energy sector. Journal of Cleaner Production. v.218, 1 May 2019, Pages 871-879.

Socolow, R. (2004). et al. Solving the Climate Problem: technologies available to cub CO2 emissions. Environment, v.46, n.10, p.8-19, December, 2004.

Teece, D. J. et al. (1997). Dynamic Capabilities and Strategic Management. Strategic Management Journal, v.18, n.7, p.509-533, 1997.

Teece, D. J. (2012). Dynamic Capabilities: Routines versus Entrepreneurial Action. Journal of Management Studies, p.1-8, 2012.

Tidd, J.; Bessant, J. & Pavitt, K. (2008). Gestão da Inovação. Porto Alegre: Bookman, 2008.

Toledo, K. (2012). Plástico biodegradável de açúcar está pronto para escala industrial. Agência FAPESP, 2012. Disponível em: Plástico biodegradável de açúcar está pronto para escala industrial | AGÊNCIA FAPESP

Tondolo, V. A. G. & Bitencourt, C. C. (2014). Compreendendo as Capacidades Dinâmicas a Partir de Seus Antecedentes, Processos e Resultados. Brazilian Business Review, p.124-147, set-out 2014.

Yang, C. J. & Chen, J. L. (2011). Accelerating preliminary eco-innovation design for products that integrates case-based reasoning and TRIZ method. Journal of Cleaner Production, 19(9), p.998–1006, 2011.

Yin, R. K (2015). Estudo de Caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2015.

Publicado

26.05.2022

Como Citar

Jesus, M. A. S. de, Polo, E. F., & Rodrigues, L. C. (2022). Contribuição das ecoinovações na formação de capacidades dinâmicas: evidências do segmento sucroenergético de São Paulo. Revista Ibero-Americana De Estratégia, 21(1), e20666. https://doi.org/10.5585/riae.v21i1.20666

Edição

Seção

Artigos