Paulo Freire e o neoconservadorismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5585/eccos.n52.17099

Palavras-chave:

Alienação, Educação, Libertação, Neoconservadorismo Sistema.

Resumo

O presente artigo desvenda a transformação da metáfora “educação bancária” – usada por Paulo Freire para exprimir as práticas educacionais monológicas e autoritárias, opostas às dialógicas libertadoras por ele defendidas – em verdadeira política educacional formulada, implantada e implementada pela concepção educacional contemporaneamente denominada “Gerencial”. Demonstra, outrossim, que a luta contra as formas autoritárias de educação bancária não pode mais se limitar às salas de aula, mas devem ser travadas no universo mais amplo dos sistemas educacionais, invadidos por esse verdadeiro tsunami das práticas do novo processo de acumulação capitalista e de seus ideólogos, que as exprimem por meio de pensamento pedagógico verdadeira e concretamente bancário, porque mercantilista e especulativo.

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Biografia do Autor

José Eustáquio Romão, Universidade Nove de Julho (UNINOVE)

Graduado em História, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 1970 e Doutor em Educação, pela Universidade de São Paulo (USP), em 1996. Diretor Fundador do Instituto Paulo Freire do Brasil. Secretário Geral do Conselho Mundial dos Institutos Paulo Freire. Diretor e Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (Doutorado e Mestrado), na Universidade Nove de Julho (Uninove), São Paulo. Coordenador do Grupo de Pesquisas Freirianas em Educação (GRUPEFREI). Professor Visitante nas Universidades: Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Ulht), de Portugal; Universidad de la República de Uruguai; Universidad del Cauca, Colômbia, e Universidade California de Los Angeles (UCLA), Estados Unidos. Coordenador do Projeto Editorial Educadores, da UNESCO e MEC (Brasil). Experiência em gestão educacional: Secretário Municipal de Educação (1983-1988) de Juiz de Fora; Pró-Reitor de Ensino e Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora (1994-1997); Coordenador Local das Licenciaturas em Tefé, Amazonas (1970 e 1980). Pesquisa o pensamento de Paulo Freire, Avaliação e Educação Municipal. É autor de vários livros: Poder local e educação (1992), Avaliação dialógica (1998); Dialética da diferença (2000); Pedagogia dialógica (2002) e Sistemas Municipais de Educação: a Lei de Diretrizes e Bases e a Educação no Município (2010), além de mais de duas dezenas de capítulos de livros e mais de 50 artigos publicados em periódicos científicos nacionais e estrangeiros.

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Publicado

02.07.2020

Como Citar

ROMÃO, José Eustáquio. Paulo Freire e o neoconservadorismo. EccoS – Revista Científica, [S. l.], n. 52, p. e17099, 2020. DOI: 10.5585/eccos.n52.17099. Disponível em: https://uninove.emnuvens.com.br/eccos/article/view/17099. Acesso em: 10 mar. 2025.

Edição

Seção

Dossiê 52 - Paulo Freire e a onda neoconservadora
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