Avaliação da aprendizagem na educação infantil e os contextos empobrecidos

Shellen de Lima Matiazzi; Renata Duarte Simões; Alexandro Braga  Vieira

doi:10.5585/46.2023.25130

Autores

Shellen de Lima Matiazzi Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes https://orcid.org/0000-0003-0361-7340
Renata Duarte Simões Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes https://orcid.org/0000-0002-8378-2890
Alexandro Braga Vieira Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes https://orcid.org/0000-0001-5952-0738

DOI:

https://doi.org/10.5585/46.2023.25130

Palavras-chave:

pobreza; infâncias; avaliação da aprendizagem na educação infantil; relatórios descritivos.

Resumo

O artigo busca compreender os sentidos que têm sido atribuídos aos processos de avaliação da aprendizagem na educação infantil, a partir da análise de relatórios avaliativos de crianças matriculadas em três Centros Municipais de Educação Infantil, localizados em territórios periféricos da cidade de Vitória-ES. Fundamentando-se em autores, como Hoffmann (2012) e Godoi (2010), debate a avaliação da aprendizagem, refletindo como os relatórios avaliativos têm considerado os contextos sociais de vida de crianças empobrecidas. Recorre aos pressupostos da pesquisa-ação, sistematizados em um curso de extensão com profissionais da educação infantil. O curso possibilitou direcionar olhares para as práticas avaliativas classificatórias e excludentes. O estudo evidenciou uma educação voltada à escolarização das crianças a partir de modelos hegemônicos presentes também nas avaliações, que desconsideram as realidades sociais. Foi possível repensar com o coletivo práticas educativas-avaliativas que respeitem as subjetividades infantis em um movimento de defesa de uma educação pública e de qualidade efetivamente inclusiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Shellen de Lima Matiazzi, Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes

Mestre em Educação

Renata Duarte Simões, Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes

Pós-doutora em História e Historiografia

Alexandro Braga Vieira, Universidade Federal do Espírito Santo – Ufes

Pós-doutor em Educação

Referências

ANASTASIOU, L. G. C. Avaliação, ensino e aprendizagem: anotações para ações em currículo com matriz integrativa. In: SILVA, A. Novas subjetividades, currículo, docência e questões pedagógicas na perspectiva da inclusão social. Recife: Endipe, 2006.

ARROYO, M. G. Pobreza, desigualdades e educação. In: BRASIL. Ministério da Educação. material didático curso de especialização em educação, pobreza e desigualdade social. Módulo Introdutório [Recurso eletrônico on-line]. Brasília, 2015. Disponível em: http://egpbf.mec.gov.br. Acesso em: 10 out. 2018.

ARROYO, M. G. Imagens quebradas. Rio de Janeiro: Vozes, 2019.

BARBIER, R. A pesquisa-ação. Brasília: Liber Livro Editora, 2007.

BONDIOLI, A. (org.). O projeto pedagógico da creche e sua avaliação. Campinas: Autores Associados, 2004.

BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm. Acesso em: 20 out. 2018.

BRASIL. Lei nº 12.796, de 04 de abril de 2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12796.htm. Acesso em: 20 maio 2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CEB/CNE nº 20, de 9 de dezembro de 2009. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Brasília: Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Básica, 11 nov. 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb020_09.pdf. Acesso em: 15 dez. 2018.

BRASIL. Resolução nº 05, de 20 de dezembro de 2009. Dispõe sobre as diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Disponível em: https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/CNE_RES_CNECEBN52009.pdf. Acesso em: 4 out. 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC/SEB/DICEI, 2013.

CARARO, M. F. O Programa Mais Educação e suas interfaces com outros programas sociais federais no combate à pobreza e à vulnerabilidade social: intenções e tensões. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de Educação, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufes.br/handle/10/1920. Acesso em: 4 out. 2018.

CASTRO, J. S.; SOUZA, F. Z. As interfaces da avaliação na educação infantil. Revista Zero-a-Seis. v. 19, n. 36, p. 478-492. jul./dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.5007/1980-4512.2017v19n36p478. Acesso em: 24 jul. 2023.

ESTEBAN, M. T. Jogos de encaixe: educar ou formatar desde a pré-escola? In: GARCIA, R.L.; PEREZ, C. L. V. et al. (org.). Revisitando a pré-escola. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1993. p. 21-36.

ESTEBAN, M. T. O que sabe quem erra. Rio de janeiro: DP&A, 2006.

FRANCO, M. A. S.; BETTI, M. Pesquisa-ação: por uma epistemologia de sua prática. In: FRANCO, M. A. S; PIMENTA, S. G. (org.). Pesquisa em educação: a pesquisa-ação em diferentes feições colaborativas. São Paulo: Edições Loyola. 2018, p. 15-24.

GODOI, E. G. Avaliação na educação infantil: um encontro com a realidade. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 2010.

HOFFMANN, J. Avaliação e educação infantil: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 2012.

LUCKESI, C. C. A avaliação da aprendizagem na educação infantil. Interacções, n. 32, p. 191-201, 2014. DOI: https://doi.org/10.25755/int.6361. Acesso em: 10 jan. 2020.

LUCKESI, C. C. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Revista Pátio, Porto Alegre: Artmed. ano 3, n. 12, fev./abr. 2000. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2511.pdf. Acesso em: 10 dez. 2018.

MICARELLO, H. A. L. S. Avaliação e transições na educação infantil. In: SEMINÁRIO CURRÍCULO EM MOVIMENTO – PERSPECTIVAS ATUAIS, 1, 2010, Belo Horizonte. Anais[...]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/7163-2-11-avaliacao-transicoes-hilda-micarello/file. Acesso em: 10 mar. 2020.

SARMENTO, M. J.; FERNANDES, N.; TOMÁS, C. Políticas públicas e participação infantil. Educação, Sociedade & Culturas, n. 25, p. 183-206, 2007. Disponível em: https://www.fpce.up.pt/ciie/revistaesc/ESC25/ManuelJacintoSarmento.pdf. Acesso em: 28 mar. 2020.

TELES, A.; STEIN, R. H. Programas de transferência de renda e condicionalidades educacionais: acesso ao direito ou moralização do acesso? In: YANNOULAS, S. C (Coord.). Política educacional e pobreza: múltiplas abordagens para uma relação multideterminada. Brasília: Liber Livro, 2013, p. 183-214. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/31210. Acesso em: 3 ago. 2019.

VIEIRA, M. N. A.; CÔCO, V. Avaliação e currículo na educação básica: a especificidade da educação infantil. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 11, n. 3, p. 812-831, set./dez. 2016. DOI: https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.11i3.0016. Acesso em: 7 mar. 2020.