Arborização urbana em Mato Grosso do Sul: síntese do conhecimento
DOI:
https://doi.org/10.5585/geas.v12i1.23442Palabras clave:
Arborização viária, Biodiversidade urbana, Floresta urbana, Infraestrutura urbanaResumen
Objetivo: O presente estudo visa apresentar uma síntese do conhecimento sobre a arborização urbana de Mato Grosso do Sul, de forma a contribuir para a compreensão do cenário atual, investigar padrões e identificar lacunas de conhecimento.
Metodologia: Foi realizada revisão de artigos disponíveis nas principais bases de dados científicas, referências cruzadas e através de contato direto com todas as secretarias municipais para que pudéssemos compilar e analisar informações disponíveis sobre a arborização urbana dos municípios de Mato Grosso do Sul.
Originalidade/Relevância: Traçamos um panorama geral do conhecimento sobre a arborização urbana do estado, incluindo aspectos qualitativos e quantitativos relevantes para o planejamento e gestão integrados da arborização urbana dos municípios.
Resultados: Dados sobre a arborização urbana foram registrados para 13 municípios de Mato Grosso do Sul, o que corresponde a 16,4% dos municípios do estado. Essas informações estão disponíveis principalmente para a região nordeste e noroeste, havendo uma grande lacuna de conhecimento para a região sul do estado, que está sob forte influência da Mata Atlântica. Mais de 280 espécies (56 famílias) foram registradas na arborização urbana de Mato Grosso do Sul, havendo predomínio de exóticas (62%). Apenas o oiti (Moquilea tomentosa) esteve presente em todos os municípios estudados e constitui frequentemente espécie acima do percentual recomendado. Os principais problemas documentados referem-se ao afloramento do sistema radicular e conflitos com a rede de energia e telefonia, os quais podem ser mitigados com a seleção de espécies e plantios adequados, gestão e manejo apropriados e acesso à informação e tecnologias.
Contribuições sociais/para a gestão: Conhecer o estado atual da arborização urbana é pré-condição fundamental para um planejamento e gestão adequados, e estes devem ocorrer de forma dinâmica e contínua visando a qualidade de vida e bem-estar da coletividade e contribuindo para a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. Nesse estudo apresentamos um panorama da arborização do estado de Mato Grosso do Sul de modo a subsidiar essas ações.
Descargas
Citas
Alvey, A. (2006). Promoting and preserving biodiversity in the urban forest. Urban for Urban Green, 5, 195–201. https://doi.org/10.1016/j.ufug.2006.09.003
Aoki, C., Oliveira, K.O., Figueiredo, P.A.O, Sá, J.S.S., Oliveira, K.M., & Chaves, J.R. (2020). Análise da arborização das praças de Aquidauana (MS, Brasil). Brazilian Journal of Development, 6(12):100737–100750. https://doi.org/10.34117/bjdv6n12-531
APG IV. (2016). An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, 181: 1–20.
ARBON – Plano de Arborização Urbana de Bonito. (2016). Disponível em: https://www.bonito.ms.gov.br/wp-content/uploads/media/attachments/1573/1573/5b4f6290c6953e4509fdab1b3e99c59da05f360233649_plano_arborizacao_bonito_fnb.pdf. Acesso em 28 jul.2021.
Bueno, M. L., Oliveira-Filho, A. T., Pontara, V., Pott, A., & Damasceno-Junior, G. A. (2018). Flora arbórea do Cerrado de Mato Grosso do Sul. Iheringia Série Botânica, 73(supl.), 53-64. https://doi.org/10.21826/2446-8231201873s53
Córdova-Stroobandt, K. L. (2013). Caracterización de la biodiversidad urbana en la cuenca central de Cochabamba, Bolivia. Acta Nova, 6, 94–121.
Damasceno-Junior, G. A., Pott, A., Neves, D. R. M., Sciamarelli, A., & Fina, B. G. (2018). Flora lenhosa de Florestas estacionais do estado de Mato Grosso do Sul: estado da arte. Iheringia Série Botânica, 73, 65–79. https://doi.org/10.21826/2446-8231201873s65
Farinaccio, M. A., Roque, F. O., Graciolli, G., Souza, P. R., & Pinto, J. O. P. (2018). A flora no Biota-MS: montando o quebra-cabeça da biodiversidade de Mato Grosso do Sul. Iheringia Série Botânica, 73(supl.). https://doi.org/10.21826/2446-8231201873s11
Figueroa, J. A., Teillier, S., Guerrero-Leiva, N., Ray-Bobadilla, C., Rivano, S., Saavedra, D., & Castro, S. A. (2016). Vascular flora in public spaces of Santiago, Chile. Gayana Botanica, 73, 85–103. http://dx.doi.org/10.4067/S0717-66432016000100011
Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/. 27. ago. 2021.
Gaertner, M., Wilson, J. R. U., Cadotte, M. W., MacIvor, J. S., Zenni, R. D., & Richardson, D. M. (2017). Non-native species in urban environments: patterns, processes, impacts and challenges. Biological Invasions, 19, 3461–3469. https://doi.org/10.1007/s10530-017-1598-7
Guilherme, F. A. G., Silva, M. C., Carneiro, D. N. M., Nascimento, H. C. A., Ressel, K., & Ferreira, W. C. (2018). Urban arborization in public pathways of four cities in east Mato Grosso do Sul (MS) Brazil. Ornamental Horticulture. 24(2), 174–181. https://doi.org/10.14295/oh.v24i2.1137
IBGE. (2010) População no último censo: IBGE, Censo Demográfico 2010. Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ms/panorama. Acesso em: 04.01.2021
Lima Neto, E. M., Bardelli-Da-Silva, M. Y., Silva, A. R., & Biondi, D. (2010). Arborização de ruas e acessibilidade no bairro centro de Curitiba-PR. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 5(4), 40–56.
Lopo, D. (2014). Percepção, diagnóstico e gestão da arborização e áreas verdes nas cidades fronteiriças Brasil – Bolívia. Dissertação de mestrado. UFMS, Corumbá, MS. 128p.
Lorenzi, H. (1992). Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum. volume 1, 368 p.
Lorenzi, H. (1998). Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum. volume 2, 368 p.
Lorenzi, H. (2009). Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum. volume 3, 384 p.
Manfrin, J., Escher, M. A. S., Castro, G. M., Aleixo, V., Petry, A. I., & Bueno, T. (2018) Diagnóstico da arborização urbana do município de Ouro Verde do Oeste, Paraná. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 13, 49–61. http://dx.doi.org/10.5380/revsbau.v13i3.63661
Martín-Martín, A., Orduna-Malea, E., Thelwall, M., & López-Cózar, E. D. (2018). Google Scholar, Web of Science, and Scopus: a systematic comparison of citations in 252 subject categories. Journal of Informetrics, 12(4): 1160–1177. https://doi.org/10.1016/j.joi.2018.09.002
Massaranduba, V. (2020). Diagnóstico da arborização urbana de Aquidauana, MS. Dissertação de mestrado. Programa de Pós Graduação em Recursos Naturais. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. 27p.
McBride, J. R. (2017). The world’s urban forest: history, composition, design, function and management. Springer, p. 266.
Méndez-Stroobandt, E. (2005). Flora y vegetación del centro urbano de Luján de Cuyo, Mendoza (Argentina). Revista del la Facultad de Ciencias Agrarias, 37, 67–74.
Milano, M. S. (1988). Avaliação quali-quantitativa e manejo da arborização urbana: exemplo Maringá-PR. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal). Universidade Federal do Paraná. p.120.
Milano, M. S., & Dalcin, E. (2000). Arborização de vias públicas. Light. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro. 226 p.
Moreira Junior, O., & Silva, W. G. (2017). A urbanização do Mato Grosso do Sul e o papel das cidades na rede urbana regional. Estudos Geográficos, 15(1), 88–105.
Moro, M. F., & Castro, A. S. F. (2015). A check list of plant species in the urban forestry of Fortaleza, Brazil: where are the native species in the country of megadiversity? Urban Ecosystems, 18, 47–71. https://doi.org/10.1007/s11252-014-0380-1
Mota, M. P., & Almeida, L. F. R. (2011). Características da arborização na região central do município de Coxim, MS. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 6(1), 01–24. http://dx.doi.org/10.5380/revsbau.v6i1.66386
Orduna-Malea, E., Ayllón, J. M., Martín-Martín, A., & Delgado López-Cózar, E. (2015). Methods for estimating the size of Google Scholar. Scientometrics, 104(3), 931–949. https://doi.org/10.1007/s11192-015-1614-6
PDAU/CG. (2010). Plano Diretor de Arborização Urbana de Campo Grande. Prefeitura Municipal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul: Campo Grande. p.158.
PDAU/Dourados. (2019). Plano Diretor de Arborização Urbana de Dourados. Diagnóstico da Arborização Urbana (Produto 2). Prefeitura Municipal de Dourados/FAPEC. 63p.
PDAU/Miranda. (2020). Lei Complementar N° 104, de 07 de outubro de 2020. 23p.
Pelegrim, E. A. P., Lima, A. P. L., & Lima, S. F. (2012). Avaliação qualitativa e quantitativa da arborização no bairro Flamboyant em Chapadão do Sul, MS. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 7(1), 126–142. http://dx.doi.org/10.5380/revsbau.v7i1.66549
Pestana, L. T. C., Alves, F. M., & Sartori, A. L. B. (2011). Espécies arbóreas da arborização urbana do centro do município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 6(3), 01–21. http://dx.doi.org/10.5380/revsbau.v6i3.66471
Pivetta, K. F. L., & Filho, D. F. S. (2002). Boletim Acadêmico. Série Arborização Urbana. UNESP/FCAV/FUNEP Jaboticabal, SP – 2002. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/90233/mod_resource/content/1/arborizaourbanaunespjaboticabal-111215112201-phpapp01.pdf>
Pott, A., & Pott, V. J. (2003). Espécies de fragmentos florestais em Mato Grosso do Sul. In R. B da Costa (Ed.). Fragmentação florestal e alternativas de desenvolvimento rural na região Centro-Oeste (pp. 26–52). Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande.
Rabello, R. J. M., Sá, S. S. S., & Aoki, C. (2020). Análise da arborização de praças em Anastácio (MS, Brasil). Brazilian Journal of Development, 6(12), 101982–101991. https://doi.org/10.34117/bjdv6n12-626
Sá, J. S. S., Rabello, R. J. M., & Aoki, C. (2021) Diagnóstico da arborização urbana do centro de Aquidauana, MS. Brazilian Journal of Development. 7(1), 2659–2673. https://doi.org/10.34117/bjdv7n1-181
Santos, A. R., Bergallo, H. G., & Rocha, C. F. D. (2008). Paisagem urbana alienígena. Ciência Hoje, 41, 68–70.
Santos, A. R., Rocha, C. F. D., & Bergallo, H.G. (2010). Native and exotic species in the urban landscape of the city of Rio de Janeiro, Brazil: density, richness, and arboreal deficit. Urban Ecosystems, 13, 209–222. http://dx.doi.org/10.1007/s11252-009-0113-z
Santos, A. A. (2014) Ocorrência de espécies arbóreas em áreas urbanas e suburbanas de Três Lagoas, MS. Revista Monografias Ambientais, 13(5): 3926–3932. https://doi.org/10.5902/2236130814483
Semagro. (2020). Roteiro para elaboração do Plano Municipal de Arborização Urbana, Campo Grande, MS, 2020, 33p.
Shams, J. C. A., Giacomeli, D. C., & Sucomine, N. M. (2009) Emprego da arborização na melhoria do conforto térmico nos espaços livres públicos. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 4, 1–16. http://dx.doi.org/10.5380/revsbau.v4i4.66445
Souza, V. C., & Lorenzi, H. (2008). Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 704p.
Tree Cities of the World. 2019. The Tree Cities of the World programme. https://treecitiesoftheworld.org/ Acesso em: 03.07.2022
van den Berg, M. E. (1986). Formas atuais e potenciais de aproveitamento das espécies nativas e exóticas do Pantanal Mato-Grossense. In Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-Econômicos do Pantanal 1: Manejo e Conservação. 1984, Corumbá, MS. Anais Simpam, Corumbá: Embrapa-Pantanal. P. 131-136.
Zamproni, K., Biondi, D., Maria, T. R. B. C., & Louveira, F.A. (2018). Diagnóstico quali-quantitativo da arborização viária de Bonito, Mato Grosso do Sul. Floresta, 48(2), 235–244. http://dx.doi.org/10.5380/rf.v48i2.55531
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Os Autores
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
