Áreas verdes como promotoras de saúde, lazer e atividade física: uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.5585/geas.v11i2.22938Palavras-chave:
Áreas verdes, Saúde da população, Atividades de lazer, Exercício físico.Resumo
As áreas verdes, como parques, praças e jardins são utilizadas pelas comunidades como espaços para práticas de saúde, como lazer e atividades físicas. A disponibilidade desses lugares é reconhecida como um componente do estilo de vida que está inversamente relacionado às doenças crônicas não transmissíveis.
Objetivo: Coletar evidências recentes sobre o potencial das áreas verdes na promoção da saúde, lazer e práticas de atividade física.
Metodologia: Esta revisão sistemática seguiu as diretrizes PRISMA e a apresentação dos resultados foi baseada na estratégia PICO. As bases de dados consultadas foram "PubMed" e "SciELO", e foram incluídas publicações dos últimos 10 anos. A estratégia de busca envolveu as palavras-chave: áreas verdes E saúde da população / áreas verdes E atividades de lazer / áreas verdes E exercício.
Relevância: As cidades estão adotando uma agenda de saúde urbana, que mostra a relação entre espaços urbanos, recursos naturais e saúde. Uma compilação de evidências científicas pode ajudar os tomadores de decisão nessa tarefa.
Resultados: Dos 19 estudos incluídos, 8 tratavam de aspectos de saúde relacionados às áreas verdes e 11 enfocavam as contribuições desses espaços para lazer e atividade física.
Contribuições: Parece haver associação inversa entre exposição a espaços verdes e presença de transtornos mentais, associação direta entre áreas verdes com o bem-estar e qualidade de vida humana, além de parâmetros fisiológicos indicativos de relaxamento. As características das áreas verdes, tipo de infraestrutura, aspectos relacionados ao seu ambiente e características sociodemográficas também podem influenciar a prática de atividade física.
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